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terça-feira, 2 de janeiro de 2018

CIAM - Comitê Israelita do Amazonas

CIAM - Comitê Israelita do Amazonas

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História da comunidade judaica do Amazonas
A imigração judaica para a Amazônia se deu a partir do século 19, com maioria de judeus sefaradim originários do Norte da África: Tânger, Tetuan, Rabat, Casablanca, Marrocos francês e espanhol, Argélia e outros lugares, incluindo também Portugal (que era também parte da rota de imigração ao Brasil).
O professor Samuel Benchimol estima que entre 1810 e 1850, antes, portanto, do ciclo da borracha, chegaram à região (incluindo a Amazônia peruana) cerca de 300 famílias judaicas. Entre 1851 e 1910, chegaram outras 700. No total, cerca de 650 foram para o Pará, 200 para o Amazonas e outras dezenas para a Amazônia peruana (Iquitos).
Ainda segundo Benchimol (em “Estrutura Geo-social e Econômica da Amazônia), “esses imigrantes localizaram-se, inicialmente, nas pequenas cidades do interior do Pará e Amazonas, como Cametá, Almeirim, Óbidos, Santarém, Itaituba, Itacoatiara, Tefé, Humaitá, Porto Velho, além de Belém e Manaus, como empregados em escritórios e estabelecimentos comerciais, ou em atividades mercantis de aviamento e regatão. Mais tarde, já no período áureo do ciclo da borracha, iniciou-se a fase de sua promoção econômica como arrendatários e proprietários dos seringais, no interior, ou como compradores de produtos regionais, nas praças de Belém e Manaus”.
Durante este período, lembra Benchimol, a Amazônia foi povoada, também por grande número de imigrantes portugueses, espanhóis, italianos, franceses, ingleses, alemães, além de sírio-libaneses chegados à região no final do século 19. As atividades exercidas pelos judeus estavam também relacionadas com outros países, como o Peru.
Essa imigração do século 19 não deixou uma comunidade judaica organizada em Manaus e outros centros urbanos na virada para o século 20. Provavelmente a maioria se dispersou em pequenas localidades onde exerciam suas atividades comerciais.
Foi após a decadência do ciclo da borracha que uma comunidade sólida se estabeleceu na capital do Estado. Com a crise econômica na região se fortaleceram as comunidades de Manaus e Belém. Em 1925, foi fundada em Manaus a sinagoga Beth Jacob e em 15 de Junho de 1929 foi criado o Comitê Israelita do Amazonas – CIAM, marcos da moderna vida judaica Entre 1930 e 1950, a comunidade em Manaus teve cerca de 250 famílias. As instituições locais incluem também a Sinagoga Beth Jacob/Rebi Meyr, o clube A Hebraica e o Cemitério Israelita/Chevrah Kadishah de Manaus. O “Semana CIAM” é o informativo oficial do Comitê Israelita do Amazonas.

O texto acima é do historiador Roney Cytrynowicz.
Bibliografia:
Benchimol, Samuel. Eretz Amazônia. Os judeus da Amazônia. Manaus, Valer, 2008.
Falbel, Nachman. David José Pérez. Uma biografia. R.J., Garamond, 2005.

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