Árabes e judeus na Amazônia brasileira
Essa imagem não é em alguma cidade marroquina ou na Argélia, nem Turquia ou algum lugar do Oriente Médio. É uma singela rua de Santarém com um prédio comercial.
Poucos sabem disso, mas a região amazônica recebeu levas de imigrantes judeus e árabes nos séculos passados. Em Santarém, em Mazagão, em Belém é bem visível essa presença, tanto na arquitetura quanto nos nomes de algumas famílias.
Eles vieram para cá em situações diversas. Uns fugindo de conflitos e perseguições religiosas, outros para se aventurar na “América”. Curiosamente ambos chegaram imigrando, uma demonstração do quanto o destino pode ser irônico com os povos.
Aqui sempre viveram em relativa paz. Os judeus foram obrigados, em determinadas épocas, a abandonar (ou aparentar abandonar) sua religião, mas nada que se compare a Inquisição Ibérica que os queimou às centenas em Portugal e Espanha dos séculos XVI, XVII.
Visitando o Museu de Santarém encontramos com uma família de judeus, irmãos e irmas todos do alto dos seus 70 anos e mais. O sobrenome judaico bem abrasilerado por conta dos séculos de adaptação, o culto bem esquecido, a pele bem morena, mas estão lá testemunhando vivamente a história dos judeus na Amazônia.
Em Mazagão a comunidade toda foi transferida do Marrocos pela Coroa Portuguesa quando se desencadeou uma perseguição religiosa aos cristãos. Foram trazidos para a Amazônia. A cidade foi batizada com o mesmo nome que tinha em África.
Como minha própria bisavó era marroquina (e se casou com meu bisavô espanhol na época em que a Espanha se metia por lá), estou sempre em casa com esse pessoal, e sempre me soa bem familiar essa cultura parte árabe, parte africana, parte européia. Vale dizer: bem colorida, bem aromática, mas bem rígida também…
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