Em reunião, Piñera e Bolsonaro reforçam soberania do Brasil sob Amazônia
Em reunião pela manhã no Palácio da Alvorada, em Brasília, os presidentes do Chile e do Brasil, Sebastián Piñera e Jair Bolsonaro (PSL), reforçaram a soberania do Brasil sob a Amazônia.
O encontro acontece após o encontro do G7 - grupo dos países mais ricos - em que o presidente da França, Emmanuel Macron, incentivou a discussão sobre incêndios na floresta e a possibilidade de se estabelecer um status internacional dela.
"É um verdadeiro paraíso da biodiversidade e uma fábrica de oxigênio. Por isso, todos queremos a Amazônia. Mas, os países amazônicos, que são nove, entre os quais o mais importante em tamanho é o Brasil, têm soberania sob a Amazônia. Temos de reconhecer isso sempre. Portanto, são os principais interessados e responsáveis em cuidar e proteger as florestas e a biodiversidade", falou Piñera.
Piñera esteve no G7 como convidado e ofereceu quatro aviões mais brigadistas para ajudar no combate ao focos de incêndio. O Ministério da Defesa coordena a força-tarefa. O G7 ofertou US$ 20 milhões como ajuda ao Brasil, mas, após sinalizar que não aceitaria o dinheiro, Bolsonaro disse hoje que só aceitará doações de forma bilateral.
Piñera elogiou o trabalho do governo brasileiro ao combater o fogo e reforçou que países que estejam dispostos a doar recursos ao Brasil devem fazê-lo desde que respeitando a soberania do país. Ele também falou que em anos anteriores já houve incêndios maiores na região.
Bolsonaro voltou a criticar Macron e disse que este se aproveitou para "se capitalizar perante o mundo como aquela pessoa única e exclusiva interessada em defender o meio ambiente".
"Essa bandeira não é dele. É nossa, é do Chile, é de muitos países do mundo. [...] Há pouco falei para vocês que a Alemanha e a França estavam comprando nossa soberania à prestação. Deixei bem claro isso aí e quando olham para o tamanho do Brasil, a oitava economia do mundo, parece que US$ 20 milhões é o nosso preço. O Brasil não tem preço. US$ 20 milhões ou US$ 20 trilhões é a mesma coisa para nós", declarou.
Ele acrescentou ter se sentido ofendido pelas declarações de Macron, especialmente por relativizar a soberania brasileira sob a Amazônia ao levantar a possibilidade de internacionalizá-la. "O fato de me chamar de mentiroso e, por duas vezes, falar que a soberania da Amazônia tem que ser relativizada, somente após ele se retratar do que falou [...] Em havendo isso aí, sem problema nenhum voltamos a conversar", disse.
Bolsonaro ainda falou que as falas de Macron repercutiram com força pelo mundo porque o presidente francês é de "esquerda", enquanto o governo brasileiro, segundo ele, é de "centro-direita".
De acordo com Piñera e Bolsonaro, os países amazônicos deverão se reunir em 6 de setembro em Leticia, cidade na Colômbia na fronteira com o Brasil. A Venezuela, comandada pelo ditador Nicolás Maduro, não será convidada.
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