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segunda-feira, 4 de março de 2019

Pesquisa revela substâncias bioativas em frutas e plantas amazônicas para medicamentos e cosméticos


Por G1 AM
 

Pesquisa foi realizada na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa no Amazonas (Fapeam) — Foto: Érico Xavier/FapeamPesquisa foi realizada na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa no Amazonas (Fapeam) — Foto: Érico Xavier/Fapeam
Pesquisa foi realizada na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa no Amazonas (Fapeam) — Foto: Érico Xavier/Fapeam
Extratos de frutas e plantas amazônicas apresentaram substâncias bioativas que podem ser aplicadas na indústria cosmética e farmacêutica. Os resultados são de uma pesquisa científica que teve como objetivo descobrir novos bioativos com aplicação no mercado. A pesquisa analisou 400 extratos. Desse total, pelo menos quatro apresentaram bioativos promissores.
Extratos do jucá (Libidibia ferrea), maracujá do mato (Passiflora nitida), piquiá (Caryocar vilosum) e breu-branco (Protium sp.) apresentaram potencial antioxidante e na redução da obesidade.
Coordenado pelo doutor em Farmácia, Emerson Lima, o estudo foi realizado no Laboratório de Atividade Biológica da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no âmbito do Programa de Apoio à Núcleos Emergentes de Pesquisa (Pronem).
Segundo Lima, os extratos das folhas do maracujá do mato, do fruto do jucá e do piquiá apresentaram atividades antioxidantes, ou seja, com substâncias capazes de combater os radicais livres, que são moléculas liberadas pelo corpo que podem causar o envelhecimento e a morte celular. O piquiá foi o fruto que apresentou melhor potencial antioxidante.
“A substância mais conhecida com esse potencial antioxidante é o ácido ascórbico, conhecida como vitamina C, presente em várias frutas. A aplicação dela se destaca como aditivos de alimentos, em cosméticos para tratamento da pele e em produtos de combate a esses radicais livres. Nosso projeto visou substituir a vitamina C por bioativos naturais em uma formulação cosmética antienvelhecimento”, afirmou o pesquisador.
Redução da obesidade
O grupo de pesquisa também descobriu que uma substância isolada do breu – árvore da região amazônica – foi capaz de reduzir a obesidade. O resultado gerou uma patente apresentada a uma indústria farmacêutica multinacional que se interessou pelo estudo.
Já os resultados com os extratos das três frutas despertaram o interesse da indústria de cosméticos. A pesquisa realizada com maracujá do mato, por exemplo, fez com que uma empresa regional procurasse a universidade e firmasse contrato de transferência de tecnologia, para a produção de um produto que deve ser lançado em breve no mercado.
“A ideia é criar um creme antienvelhecimento capaz de clarear e remover manchas na pele. Atualmente, o processo se encontra na fase de registro do produto junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Após esse processo, será possível colocar no mercado para a fabricação de um produto”, afirmou Lima.
Recursos Humanos
O projeto também possibilitou a formação de recursos humanos. Foram seis alunos de doutorado, oito de mestrado, e 13 graduandos que receberam orientação e participaram do estudo científico. Além disso, foram publicados 20 artigos científicos ligados diretamente à pesquisa.
“Acreditamos que foi um projeto exitoso com publicação de artigos científicos, formação de mestres e doutores e com produtos que podem gerar renda para o Estado”, enfatizou Lima.
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